segunda-feira, 10 de maio de 2010

Como Você Lida Com a Solidão?


Como Você Lida Com a Solidão?

Solidão! Todos nós de alguma forma já nos sentimos sozinhos, outros se sentem sós com muita freqüência. Mesmo quem diz não ter tempo para se sentir sozinho, que solidão é sinal de depressão, doença, coisa para quem não tem amigos, família, com certeza já se sentiu só em alguma fase da vida, em alguma situação. Quem nunca ficou até mais tarde no trabalho, não porque tem algo a fazer, mas na verdade mesmo ficou por não querer ir para casa? Ou saiu do trabalho e foi logo se encontrar com os amigos? Quem nunca se sentiu só após uma separação? E quem nunca entrou em casa e foi logo ligando a TV, o rádio, o computador? Fazemos isso por querer saber as notícias, ouvir música, receber e-mails, conectar-se com outras pessoas? Nem sempre, essas podem até ser as justificativas que a maioria diz, mas lá no fundo, o que desejamos mesmo é fugir da solidão! Mas será mesmo que é fugir da solidão ou fugir da própria companhia e dos sentimentos e lembranças que poderão aflorar? Pois estar só significa estar acima de tudo em nossa própria companhia e, infelizmente, muitos não conseguem ou sequer se dão conta do real motivo que estão sempre em atividade. É, a solidão é antes de tudo a oportunidade que temos de nos confrontar com tudo que está bem dentro de nós e, assim, nos conhecer, cada dia um pouco mais. Mas para algumas pessoas, talvez a maioria, estar consigo mesmo, se conhecer, é sentido como algo doloroso, difícil, e até mesmo, insuportável.

Muitos moram com outras pessoas, não porque gostam de estar com essas pessoas, mas para não se sentirem sós. Outros mantêm seus relacionamentos pelo mesmo motivo e não por sentirem amor com quem dividem a mesma casa e a mesma cama. Mas por qual motivo a solidão é tão temida, causando verdadeiro pânico, fazendo com que pessoas mantenham relacionamentos destrutivos, infelizes?

Desde pequenos somos ensinados a sermos amigos de todos, a quem devemos dividir nossos brinquedos, sermos bonzinhos; na adolescência, o que mais desejamos é ter muitos amigos e com isso nos sentirmos aceitos; vamos crescendo, casamos, temos filhos, e conforme o tempo vai passando, surgem as separações, perdas, decepções e, por opção ou falta dela, muitos vão continuando seus caminhos sozinhos. Mas o que fazer com quem é um total desconhecido de nós mesmos? Passamos anos valorizando o que os "outros" querem, sentem, falam e parece que se esqueceram de nos ensinar a olhar para dentro de nós; portanto, não se culpe se você não sabe ficar só, é natural. Mas sempre é tempo de aprender. Aprender a se ouvir, se conhecer.

Como é natural também sentir medo de olhar para quem você sequer foi apresentado. Como querer conhecer alguém que só ouviu críticas a respeito de si, fazendo-o sentir que tudo que faz, pensa, fala, sente, é errado? Não, não é nada fácil! A própria sociedade discrimina quem não tem tantos amigos, sendo muitas vezes taxado como anti-social. Os tímidos que o digam... como sofrem por serem mais fechados. Os extrovertidos, sim, estes têm muitos amigos, parecem agradar a todos e, por isso, são felizes. Será? Esses mesmos "alegres crônicos" também chegam em casa, e muitos se deparam com o silêncio como companhia. E será que continuam se sentindo tão bem quanto demonstram? Nem sempre. Sem falar que mesmo acompanhados podemos nos sentir sozinhos, e isso parece doer ainda mais. Que paradoxo, não? Quando estamos sós queremos companhia e, mesmo com companhia, continuamos a nos sentir sozinhos.

Mas o fato é: como lidar com a solidão? Será que o mais apropriado não é: como lidar com nossa própria companhia? Nessa pergunta, creio que já está a resposta. O fato não é como lidar com a solidão, mas sim como lidar com nós mesmos. Sim, é muito bom estarmos com outras pessoas, principalmente com aqueles que nos amam e que amamos também, mas nem sempre isso é possível e pelos mais diversos motivos. O que é preciso refletir é que não se pode estar na companhia, de quem quer que seja, apenas para não ficar só, isso sim é pura falta de coragem para olhar para dentro de si e enfrentar os mais diversos sentimentos que tal encontro poderá despertar. É perder a oportunidade de se conhecer e aprender a valorizar tudo que viveu até aqui.

A solidão pode doer para qualquer pessoa, mas dói muito mais para quem não gosta de si mesmo, quem não se admira, não vê em si mesmo qualidades, quem não percebe seu próprio valor, não se ouve, não aprendeu a se amar e se respeitar. A busca por ter outras pessoas por perto pode também demonstrar uma enorme necessidade em ser aceito, reconhecido, amado.

Creio que o maior antídoto para a solidão seja exatamente isso: Autoconhecimento. Para isso, procure se observar mais, valorizar suas conquistas, identificar seus sentimentos, ouvir sua própria voz e respeitar aquilo que ouve e sente. Assim, aos poucos irá conhecendo um pouco mais sobre você mesmo e gostando desse ser especial que é você.

Na verdade, só se sente sozinho quem não aprendeu a apreciar a própria companhia! Espero sinceramente que você aprecie estar acima de tudo consigo mesmo!

Helio P. Leite

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Aprenda A Se Amar!


Aprenda A Se Amar!

Você já reparou que por vezes queremos abraçar o mundo, quando na verdade não conseguimos abraçar a nós mesmos? Qual foi a última vez que você se abraçou?... Queremos cuidar de todos, enquanto não conseguimos, ou não sabemos, cuidar de nós e nem daqueles que amamos. Quando não recebemos amor e atenção de nossos genitores da forma que desejávamos na infância, passamos a vida em busca deste amor em forma de reconhecimento e aprovação.

Esperamos sempre, consciente ou inconscientemente, que alguém reconheça nosso valor e, quando não acontece, perdemos nosso referencial interno e também nossa auto-estima. Esperamos aprovação pelo que fazemos e, acima de tudo, pelo que somos e realizamos. E por não sermos reconhecidos, principalmente por pessoas significativas, deixamos de acreditar em nossa capacidade.

Assim, passamos a buscar amor sempre no outro, e nunca dentro de nós. Esquecemos o quanto é essencial aprendermos a nos amar. Em alguns momentos, perdemos nosso amor-próprio e com ele nossa confiança, por isso a opinião dos outros se torna tão importante. Quantas vezes você disse a si mesmo do seu próprio amor? Quantas vezes você disse que se ama? Nunca? Pode ser! Mas sempre é tempo para começar.

Do mesmo modo que nosso físico precisa de água e comida, nossas emoções também precisam ser alimentadas. Mas estamos sempre esperando que o outro nos ame, nos abrace, que reconheça nosso valor, demonstre o quanto somos importantes, pois não nos sentimos capazes. Por que não nos amamos? Não nos aprovamos? Não nos sentimos importantes? Já pensou que se não nutrirmos estes sentimentos por nós mesmos, como podemos esperar que alguém o faça, e ainda mais, que faça melhor que nós? Por que desprezamos tanto nossa capacidade? Já pensou sobre isso?

É preciso aprender a identificar cada sentimento, sabendo o que sente e depois respeitar estes mesmos sentimentos e não desprezá-los. Não nos respeitamos e depois reclamamos que os outros não nos respeitam. Quantas vezes você sentiu algo e ignorou este sentimento para você mesmo? Geralmente isto acontece porque durante a vida, as pessoas tidas como significativas, ignoraram suas reais necessidades emocionais e com o tempo você aprendeu a fazer o mesmo. Por que desprezaram sua dor, você vai fazer igual? Pare com esse círculo vicioso.

Olhe para dentro de você. Não como quem olha no espelho, superficialmente e tentando encontrar algum defeito, e porque até neste momento a imagem refletida é invertida.Olhe de verdade para dentro de seu ser, de sua alma. Deixe o medo de lado, pois ele não permite que você cresça. Enfrente-o e acredite que irá descobrir muitas qualidades que talvez ninguém reconheça, mas que há dentro de você. E se encontrar defeitos, quem não os têm? Olhe para eles com carinho, para mudar cada um, se quiser. Transforme este momento no que podemos chamar verdadeiramente de crescimento, evolução.

Liberte-se das necessidades não supridas de amor, aprovação, reconhecimento e saiba que só você pode se aprovar. Aprenda a se abraçar, se respeitar, se aceitar, se amar. Dê a si mesmo todo o amor que espera receber de alguém, pois só assim você poderá realmente ser amado e amar. Liberte-se das culpas, perdoe e perdoe-se! Liberte-se também das mágoas e dos ressentimentos do passado que só aprisionam e machucam tanto.

Agora, com as mãos livres, faça o seguinte exercício: coloque sua mão direita sobre seu braço esquerdo e sua mão esquerda sobre seu braço direito. Pronto! Você está aprendendo a se abraçar. Abrace-se com carinho, fale do quanto você é capaz, do quanto você pode conquistar com seus próprios méritos. Fale do quanto acredita em você e, principalmente, do quanto você se ama. Fale que a partir de agora, só você mesmo pode aprovar ou não o que faz. Se ninguém o ama, você se ama. Se ninguém vibra com suas conquistas, você mais do que ninguém passará a valorizar e a celebrar cada uma delas.

Não espere mais que o outro venha salvá-lo, venha aprová-lo e reconhecer tudo de bom que você faz. Pare de colocar sua vida e seus sentimentos, que é tudo que você tem de mais valioso, nas mãos de alguém. É claro que você pode dividir tudo isso com alguém que seja muito especial e que o ame muito, do contrário, guarde tudo só para você.

Agora olhe para dentro de você, sem medo, para que possa se descobrir. Perceba sua essência, deixe brilhar sua luz, pois só assim encontrará paz e poderá valorizar sua maior dádiva: sua vida neste momento presente! Afinal, o passado já se foi... e o amanhã, ah, o amanhã! Quem saberá? Por isso, a hora de começar é agora, faça seu melhor já! Comece irradiando amor... primeiro por você, depois poderá contagiar aqueles que ama.

Rosemeire Zago - Psicóloga Clínica com Abordagem Junguiana